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Você sabe quais são as necessidades atuais para projetar um quarto de hóspedes? E como deixar esse ambiente acolhedor e funcional?
Conversamos com o arquiteto Fábio Monteiro, do escritório F:Poles Arquitetos Associados, de Sorocaba, que respondeu a essas e outras dúvidas sobre o tema. Confira, a seguir, a entrevista.
 
Quais aspectos devem ser levados em conta no projeto do quarto de hóspedes?
Na maioria das vezes, o hóspede ocupa o espaço em um curto período de tempo e utiliza pouco o ambiente no dia, geralmente para descanso ou higiene pessoal. Uma iluminação correta (natural e artificial) e a ventilação natural devem ser observadas e privilegiadas sempre que possível. Também é importante considerar a dimensão da cama/colchão e dos demais móveis para dimensionamento do ambiente.
 
Quais móveis são indispensáveis nesse ambiente?
É interessante pensar em itens que vão além dos considerados óbvios, como a cama e o armário para roupas. Uma bancada de apoio ou uma mesa na qual seja possível apoiar um notebook (muito comum em nosso cotidiano) cabem muito bem em um dormitório de hóspedes.
Baús posicionados aos pés da cama ou na cabeceira podem ser utilizados para guardar roupas de cama, otimizando o espaço sem ocupar os armários (que, assim, podem ser menores).
Outros itens válidos são criados mudos que também funcionem como armários e uma pequena poltrona para leitura, caso o hóspede opte ou precise ficar mais tempo dentro do dormitório.
 
Quais os erros mais comuns em projetos de quarto de hóspede?
É preciso levar em conta a praticidade na manutenção do ambiente. Os móveis devem evitar acúmulo de poeira para facilitar a limpeza, buscando simplicidade no desenho e acabamento. Dormitórios de hóspedes, em muitos casos, acabam se tornando um escritório improvisado. Para evitar isso, os móveis precisam se adequar a múltiplas funções. Caso contrário, o ambiente não atenderá a um uso nem ao outro.
 
Quais as tendências para esse ambiente?
Em vez de falarmos de tendências, podemos falar de necessidades que mudam. Antigamente, um dormitório de hóspedes tinha como única função ser o quarto para abrigar uma visita, podia contar com uma escrivaninha ou estante para livros (já que viagens costumavam ser longas dependendo do meio de transporte) e era comum que o hóspede trouxesse consigo livros e outros itens que ocupavam mais espaço, além das próprias roupas na bagagem.
Hoje, nossos gadgets como notebooks, tablets, smartphones e wearables (tecnologias vestíveis) trazem as informações que passamos a necessitar, ocupam menos espaço e são mais fáceis de transportar. Porém, necessitam de baterias carregadas, o que nos faz transportar carregadores ou baterias extras, itens que não eram parte do nosso cotidiano. Tudo isso interfere no projeto, já que precisamos pensar em como apoiar esses equipamentos, onde ficarão durante o período em que estão carregando e até mesmo pensar nos tipos de pontos de energia específicos para eles.
No caso de um dormitório de hóspedes, essas necessidades são tão importantes quanto escolher que tipo de revestimento do móvel ou da parede, já que por um curto período de tempo esta será a morada do visitante. Os espaços estão cada vez mais restritos e encaixar um dormitório de hóspedes é algo a ser elaborado com muito critério para não se tornar uma área construída inutilizada dentro de casa.
Assim, projetar este ambiente para atender múltiplas funções, mais do que tendência, é uma necessidade.
 
Dê 3 dicas para deixar esse ambiente acolhedor e funcional
A primeira dica é o dimensionamento, as proporções devem ser confortáveis para agregar todo o mobiliário pensado para o ambiente.
A segunda dica é decidir se o dormitório de hóspedes terá somente a função de receber alguém temporariamente ou se irá desempenhar outras funções cotidianas, como um escritório. Isso evita que o mobiliário seja mal projetado e mal escolhido.
A terceira dica seria o contraste equilibrado de materiais. Mobiliário fixo ou avulso em tons neutros e roupas de cama ou revestimentos de parede com um pouco mais de cor e textura deixam o ambiente mais humanizado, mas sempre tentando evitar o desgaste visual por ambientes muito carregados. Além disso, é muito mais fácil trocar a roupa de cama e a cor da parede do que todo o mobiliário. Assim os móveis serão utilizados por muito mais tempo, sem perderem a função.


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