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Reduzir impactos ambientais das construções e seus reflexos na comunidade é fator decisivo para garantir equilíbrio muito mais adequado e firme no futuro das grandes cidades. Acompanhe a nossa conversa com Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil e presidente do Comitê dos GBCs das Américas.
 
O que significa sustentabilidade na construção de uma casa, um apartamento?
Felipe Faria - Os princípios de uma casa ou edifício sustentável envolvem vários aspectos: aproveitar as condições naturais do local, desde os estudos de implantação e passar a considerar também o entorno; reduzir o consumo energético priorizando iluminação e ventilação naturais e uso de fontes renováveis para aquecer a água e gerar energia; baixar o consumo de água usando equipamentos com o apoio de tecnologias, de sistemas de reuso, captação e aproveitamento das águas pluviais; buscar qualidade ambiental interna e externa para melhorar o bem-estar dos ocupantes; usar técnicas construtivas menos poluentes e com menor impacto ambiental (neste conjunto entram materiais certificados e renováveis e que observam esforços ambientais em todo processo de produção - extração da matéria-prima, transporte, armazenamento, produção e descarte – e destaque em inovação em técnicas e projetos).
 
Como tem sido a evolução da construção no Brasil neste quesito?
Felipe Faria - Atualmente, o Brasil encontra-se entre os “top 5”, em um ranking de mais de 160 países, na Certificação LEED - sistema de classificação de green building mais utilizado e amplamente reconhecido no mundo. O país conta om 1.226 projetos registrados e 404 Certificados. Nossas ações estão fazendo o setor residencial se movimentar, abrangendo iniciativas pilotos também em condomínios verticais e horizontais. Há também uma grande demanda por capacitação profissional: temos 379 profissionais creditados LEED e 56 Consultores GBC Brasil Casa, incluindo arquitetos e designers, engenheiros, dentre outros profissionais. O poder público também responde desenvolvendo incentivos fiscais, como o desconto na contrapartida financeira da outorga onerosa para edificações certificadas, previsto no Novo Zoneamento da cidade de São Paulo, bem como o IPTU verde que já é utilizado em diversas cidades brasileiras.
 
Cite pontos fortes das residências sustentáveis.
Felipe Faria - Além dos benefícios ambientais, também podemos citar os benefícios econômicos – os imóveis se valorizam, os custos de operação e manutenção (giram em torno de 85% do ciclo de vida de um imóvel) caem. Sem falar nos benefícios para o ocupante: melhora no bem-estar e na saúde com a melhoria da qualidade do ar, maior conforto proporcionado pelo contato com vistas externas e biofilia (relação do usuário de um edifício em contato com áreas verdes).
 
Cite algum produto/técnica de construção novíssima tenha sido inserida nas nossas construções?
Felipe Faria - Um dos condomínios que consideramos piloto no GBC é um condomínio solar em Campinas – SP. O incorporador comprou uma usina de energia renovável com placas fotovoltaicas que suprirão a demanda de 100% das unidades residenciais. Cada morador terá uma cota de 250 kwh por mês. As usinas solares já são comumente utilizadas em países do continente Europeu e também nos Estados Unidos, porém trata-se de grande inovação para o Brasil.

FOTO: DIVULGAÇÃO

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